Cedo se deu conta de que o desenho era a concretização mais fiel da uma profunda necessidade de observar. O interesse por novos fenómenos estéticos e o desejo de antecipar o tempo levaram-na a formar-se em Design de Moda, no Citex, cidade do Porto, norte de Portugal.
Teve a honra de aprender com mestres como Jaime Azinheira e Mário Bismark, cujas influências moldaram uma abordagem pessoal ao design, ao desenho, à produção industrial e à arte.
A paixão pelo jornalismo cresceu em paralelo. Escreveu para o jornal Expresso, entre 1993 e 2000. Inovou no modo de fazer jornalismo voltando-se para os novos fenómenos de consumo e as correntes de marketing. Convidada para escrever para a Elle portuguesa, o suplemento Dna do Diário de Notícias e uma série de outras publicações, este percurso granjeou um prémio de Jornalismo atribuído pela RTP.
Pós-graduou-se em Jornalismo, em 1998, na Universidade Autónoma de Lisboa, onde escreveu uma tese sobre a imprensa feminina, orientada por Henrique Cayatte.
Entre 2004 e 2008 iniciou uma criativa parceria com o psiquiatra Júlio Machado Vaz, no programa de rádio "O Amor É", na Antena 1, onde exploraram juntos as nuances do amor e da vida. Esta colaboração estendeu-se ao programa "Serralves Fora de Horas", na SIC Mulher, onde o diálogo entre arte e vida eram o mote para debater as emoções.
Em 2008 foi autora da biografia de Rui Veloso, "Os Vês pelo Bês". Ao mesmo tempo dirigia a revista feminina LA Mag, um projecto que criou de raiz para a Lanidor e que haveria de marcar o panorama editorial entre 2004 a 2010. Entre 2004 e 2011, foi também o rosto do canal Fashion TV em Portugal.
Em 2016, MESQ uniu o desenho digital à voz do músico João Gil, seu marido, no projeto "Casados de Fresco". Criava ao vivo imagens/cenário para as canções. A simbiose entre música e arte visual chegaria a quase uma dezena de palcos, em Portugal continental e Madeira.
Em 2017 estreou, no dia internacional da mulher, a exposição "FRIDA MIRANDA": homenagem a duas grandes artistas da primeira metade do século XX. Com este projeto preencheu as salas principais do Museu Nacional de História Natural e da Ciência.
Ainda nesse ano pintou o mural "AMAR", um gigante de cinco andares que hoje amima os dias o bairro da Torre, em Cascais.
E em Dezembro de 2017 concebeu o cenário do espetáculo "João Gil e Amigos", no Campo Pequeno, em Lisboa.
Em 2018 realizou um live paint para o lançamento do Cullinam/Rolls Royce em Portugal.
Criou também a exposição "TEMPERAMENTO", exposta no Picadeiro do Real Colégio do Nobres, no MUNHAC. Trataou-se de um tributo a Amadeo de Souza-Cardoso. Desdobrava-se na pintura de um mural in loco, uma escultura de nove metros, uma sala de vídeo-arte. A artista apresentou um extenso acervo de obras de desenho digital inspiradas naquele que foi o maior modernista português. O trabalho foi reconhecido com o Prémio LUX, Personalidade Feminina do Ano em Artes Plásticas.
A exposição TEMPERAMENTO passou depois para o Núcleo Central do TagusPark onde se encontra a pintura mural Tempremento II e foi a matriz da criação do MAU (Museu de Arte Urbana).
A colaboração e a criação coletiva começam então a fizer parte do seu modo de actuar como artista, como se demonstrou também na criação de 24 obras de arte-bruta, denominada Casa de Botões, em parceria com os utentes da associação Quinta Essência, em 2019.
No mesmo ano, a convite da Bienal de Cerveira, MESQ expôs a sua obra "Jardins de Nós".
Em 2021, MESQ retoma a parceria entre a arte e a música, concebendo cenários para o que viria ser uma serie de quinze espetáculos "Caixa de Luz", realizados nas salas do Capitólio, Casa da Música e o Teatro Municipal da Covilhã.
Em 2022, a instalação "Viagem Pelo Esquecimento", realizada pela artista ao longo dos quartos anos, inaugura no MAAT, combinando videoarte, música composta por João Gil e poesia de Mia Couto, numa fusão de videoarte, música e poesia.
Em Novembro de 2022, MESQ inicia o projeto "Não Descartáveis _nada nem ninguém se descarta", uma extensa série de colagens que formam parte do acervo de uma exposição que inaugura em Janeiro de 2018, dando continuidade ao processo de reutilização de cartão e embalagens e enfatizando o seu regresso a técnicas manuais e analógicas de composição bidimensional e tridimensional.
MESQ nunca deixou de procurar novas formas de expressar, navegando com destreza entre a escrita e as artes plásticas.
Com uma obra eminentemente figurativa, cria naturalmente paletas de cores e traço delicado, e as suas obras resultam em aparentes padrões, carregados de misteriosas mensagens, como se de um texto plástico se tratassem.
Tem exposto regularmente dentro e fora de Portugal. Foi convidada de Serralves e tem obras públicas nos Concelhos de Oeiras e Cascais.
"Do mesmo modo como a natureza produz flores e dá frutos, diariamente o mundo pulsa de energia criativa e a humanidade cria obras de arte. Cada artista, fiel a si à sua constante curiosidade, com base no que intui do passado para o futuro, fornece a História de novas ilusões. Com isto defende-se das agruras que a sensibilidade deteta e transforma o medo em símbolos de coragem."
— ana MESQuita
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